16 de setembro de 2012

15 de Setembro: um mal necessário

E defino como "mal" porque me entristece termos de chegar a este ponto. Ao ponto de termos representantes que a única coisa que representam são os seus interesses e não os de quem os elegeu.
Ao ponto de termos de sair às ruas, para lutarmos pelo que é nosso por direito.

Ainda assim.. foi lindo! É lindo juntar-mo-nos em massa, de corpo e alma, sem medos, um pouco por todo o país. E acima (ou apesar) de tudo... pacíficos*. É lindo ver que 1 milhão não desiste de si nem do seu país mesmo quando os ventos sopram contra.
Nós, Portugueses, marcamos a diferença.
Só é pena que quem nos desgoverna não reconheça isso. E, pior, não percebem que fazem parte de nós, do povo! E que merecemos o melhor na mesma medida, muito!... excepto que nos levem a mão ao bolso.
Eu estive lá ontem... e foi exactamente isto que vi:

"‎Há flores oferecidas aos polícias de choque, camisas Ralph Lauren ao lado de rastas até ao rabo, agricultores alentejanos de cajado com miúdos de cabelo à tijela a dormir às cavalitas. Há máscaras dos Anonymous ao lado da bandeira da "izquierda anticapitalista", há avôs e netos em passeio como quem vai ao jardim. Há os à rasca e a Manuela Moura Guedes de braço dado com Piet Hein, há malinhas Burberrys e polos Lacoste e botas das obras e calças sujas de tinta. Unhas pintadas de gel e calos nas mãos. Cheiro a suor, perfume e charros. Há malta de garrafa de cerveja na mão e mulheres de lenço na cabeça. Há carapinhas e nuances loiras à super-tia. Há cruzes negras e bandeiras da monarquia. O povo - todo o povo - saiu mesmo à rua." (Mafalda Anjos)

(pelas ruas de Lisboa)

NOTA: 1 milhão por todo o país! Isto quer dizer alguma coisa, não?


*à excepção das últimas horas, com uns e outros já em estado de descontrolo.. a desperdiçar tomates e a arremessar as pedras da calçada...

10 de setembro de 2012

9 de setembro de 2012

Podia ser de outra maneira... de uma maneira melhor!

Porque às vezes a ficção coincide com a realidade...


"Tomas constatava que a história do grande amor da sua vida não estava marcada por um "es muss ein" (tem que ser), mas antes um "es konnte auch anders sein": podia muito bem ser de outra maneira."

Milan Kundera, "A Insustentável Leveza do Ser"

6 de setembro de 2012

Imperdível !!!

E é apenas isto: Fashion's Night Out Lisboa.

Pouco mais há a acrescentar a não ser que na próxima semana, dia 13 de Setembro, algumas das principais artérias da nossa capital (como Av. da Liberdade e o Chiado) vão ser palco da noite mais fashion do ano.

"O relógio marca 19 horas. Mas, nesta noite, as portas não se fecham: acendem-se luzes néon, afina-se o volume do batimento eletrónico, erguem-se bandejas de morangos e distribuem-se flutes de champanhe (...) Levando o conceito de happy hour(s) a um extremo literal."

E até às 23h podemos fazer comprinhas (ou apenas lavar as vistas, vá) !!!

Saibam tudo aqui  e  aqui.

Divirtam-se! :)

2 de setembro de 2012

metáforas

"Parece que existe no cérebro uma zona perfeitamente específica que poderia chamar-se memória poética e que regista aquilo que nos encantou, aquilo que nos comoveu, aquilo que dá à nossa vida a sua beleza própria.
(...) as metáforas são perigosas. O amor começa com uma metáfora. Ou, por outras palavras, o amor começa no preciso instante em que, com uma das suas palavras, [alguém] se inscreve na nossa memória poética."

(Kundera, in A Insustentável Leveza do Ser)




Nota: E vezes há em que o amor começa com uma metáfora, torna-se numa hipérbole e... termina numa antítese.