10 de março de 2013

pensamentos em voz alta #1

Ela: De vez em quando ele desaparece. Diz que tem uma vida complicada. Na verdade, penso que complicado é... ele. Que nunca sabe o que quer. Ou que quer tudo comprometendo-se com: nada. Enviou-me uma mensagem. Depois de horas em silêncio. Apetece-me responder-lhe... mas calo-me. Provavelmente não lhe iria dizer nada sensato. E não me apetece discutir. Não me apetece ensiná-lo a tratar bem o Outro. Já somos ambos crescidos. E ele deveria agir como tal. Enquanto isso refugia-se nos seus problemas.
Mais uma vez fico a pensar: porque é que as minhas histórias são sempre difíceis? Porque é que em todas avisto um fim mesmo antes do seu início?
Continuo sem lhe responder. Mas a moer-me por dentro.


Ele: Reconheço. Raramente estou bem. Estou numa fase difícil em que não me reconheço. Em que perdi tudo, inclusive a minha sanidade. Às vezes é assim que me sinto. Perdido. Infeliz. Ela entrou na minha vida de repente. E faz-me bem. Ainda que eu não mereça. Não tenho o direito de a fazer perder tempo comigo. Não tenho nada para lhe dar. Mas ela trata-me bem e isso... agrada-me. Há momentos em que me lembro disto e peço-lhe atenção. Ontem fiz isso. Enviei-lhe uma mensagem. Não me respondeu. Provavelmente estava a divertir-se, coisa que não faz comigo. Ainda bem que não respondeu. Hoje sigo. Na minha triste vida. Em que só existo eu.

5 comentários:

  1. Agora até me arrepiei...estas "histórias" de desencontros, são-me tão familiares...

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  2. Tanta coisa que se perde no que fica por dizer...

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  3. Que lindo texto, Pescadinha! Tens veia literária :)

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    1. :-) Obrigada, querida Miú (the 2nd)
      Foi inspiração momentânea. Vamos ver se surge mais vezes... :-)
      Beijinhos

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